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Como acabar com o ‘tilt’ da soloQ?

Uma questão que chega muito é: “como eu deixo de tiltar na soloQ” ou “O que faço quando perco vários games seguidos”? Bom, para isso é bom entendermos primeiramente o que é esse tilt, pois uma vez que sabemos identificar, também fica mais fácil de se livrar dele. O uso da palavra tilt começou lá naqueles antigos Pinballs, quando as pessoas inclinavam a máquina para tentar fazer com que a bolinha caísse no buraco que dava mais pontos, porém ela ficava travada e a pessoa não tinha mais como jogar. Hoje usamos a palavra para várias coisas, mas principalmente quando a pessoa também “trava” mentalmente, ou seja passa a reagir de uma forma muito estranha, como se não conseguisse avançar no ponto que ela travou. Dentro do jogo, podemos dizer que a pessoa tiltou quando ela não consegue avançar mais, não consegue nem fazer o que normalmente faria, simplesmente ‘trava’ dentro do jogo, e por isso não avança. Isso pode gerar inclusive uma série de derrotas, que cada vez mais vão pioran
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Conclusões da viagem à Coreia do Sul

Na primeira semana na Coreia, participei de uma conferência em psicologia, educação e sociedade. Fui apresentar um artigo que escrevi falando sobre os resultados e a importância da psicologia do esporte ser utilizada no âmbito do e-sport. Quais os benefícios, tanto para a saúde mental do jogador como para a melhora de desempenho dele. Fico feliz em dizer que correu tudo bem no evento. Os participantes gostaram, os mais velhos diziam ser interessante e que estavam ligando para os filhos/netos para contar sobre isso, mas, como havia muitos jovens na conferência, eles conseguiram se identificar bastante com o assunto. Além disso, a conferência serviu para me trazer uma carga muito grande de compreensão sobre a cultura e a sociedade asiática em geral, e o que a difere em pontos psicológicos da sociedade ocidental.  Bom, após a conferência, eu ainda fiquei mais uma semana, pois tinha uma pergunta a ser respondida: qual o segredo coreano? Por que eles são os melhores do mundo dentro de

Em busca do segredo do sucesso coreano

É consenso que os esportes eletrônicos são muito mais valorizados na Coreia do Sul, onde há federação, canal na televisão para transmissão dos campeonatos e investimentos de vários tipos. Além disso, os sul-coreanos são os principais campeões em modalidades como League of Legends e StarCraft II. Mas o que os diferencia tanto? Por que é tão difícil vencer os coreanos nos games? Será algo cultural ou natural deles? Eles são treinados para isso ou simplesmente nascem melhores? Quando criei o projeto de pesquisa em Psicologia no e-sport na Universidade Federal de Santa Catarina, um dos objetivos era ajudar os jogadores brasileiros a evoluir e poder melhorar a níveis coreanos (ou até superá-los um dia). Para isso, começamos a verificar o que os ajudava a se desenvolver positivamente e anotamos os resultados, produzindo um artigo científico. Esse artigo foi aprovado em uma conferência sobre Psicologia, Educação e Sociedade realizada em Seul, capital da Coreia. Com esse artigo aprovado

A mente dos jogadores em meio a polêmicas

A última semana foi marcada por muitas confusões no League of Legends brasileiro. Teve equipe sendo punida, discussão com jornalista, cyber-atleta inscrito sem ter contratado oficializado e tudo mais. Porém, algumas coisas me chamaram atenção: como fica a mente dos jogadores em um momento desses? Quando os representantes de seus times começam a discutir e entram em brigas públicas, como isso acaba repercutindo entre os jogadores, no espírito do time e na coesão do grupo? Como um jogador se sente em um grupo do qual havia decidido, em algum momento, sair? Ou também como se sentem jogadores de um time, do qual um dos membros quis sair? Dentro de uma gaming house, muita coisa acontece. Não é sempre fácil conviver com tantas pessoas diferentes o tempo todo. É natural que, em certos momentos, existam tensões e até discussões. Quem nunca brigou com alguém de casa? O fato é que todos ali costumam trabalhar isso para logo voltar ao espírito de equipe. Por isso, posso dizer que nem todos

Como superar o cansaço das decisões

Em algum momento, você já tentou fazer uma escolha e parecia que seu cérebro não ajudava? Simplesmente não conseguia decidir mais nada? Isso se chama fadiga de decisões. Aparentemente nós temos um número limitado de escolhas que conseguimos fazer no dia. Depois disso, nossa habilidade para decidir cai muito, o que nos atrapalha e impede que façamos escolhas produtivas, pois não estaremos conseguindo levar todos os pontos em análise. Numa pesquisa feita em parceria por quatro universidades americanas, foram testadas 300 pessoas, colocadas para fazer um número grande de decisões, desde decisões simples e triviais, até coisas mais importantes. Depois, as pessoas usavam um teste de força mental, que é colocar uma das mãos em água gelada. Já foi feito um teste anterior que comprova que sua força de autorregulação e decisão está ligada ao tempo que você aguenta com uma mão na água gelada. Como resultado, constataram que as pessoas que fizeram anteriormente muitas decisões no dia, ag

Ansiedade é vilã ou aliada nos jogos?

Um comentário que ouvimos muito em análises feitas sobre jogadores, principalmente quando um time perde, é que o jogador estava ansioso, e isso fez com que ele perdesse controle sobre seu game e que seu desempenho diminuísse. Ao receber isso, a primeira coisa que nos vem à mente é: "Nossa, ansiedade é algo horrível. Jogadores profissionais não podem ter ansiedade". Mas será que ela é tão ruim mesmo? Por mais que falar de ansiedade seja tão comum, é importante entendermos o que estamos chamando de ansiedade, quais são os sintomas e o que tem provocado essa reação. Ansiedade é vista como vilã, mas pode ser uma aliada dentro do jogo (Foto: Divulgação) Ansiedade é uma sensação causada por uma excitação exagerada do nosso sistema nervoso central, normalmente ativada por um senso de perigo, ou seja, nosso cérebro percebe uma situação, julga que essa situação é perigosa e manda uma mensagem para o resto do corpo como se dissesse: "Salve-se quem puder". Nisso, o
ENCONTRANDO TALENTOS Bom, como eu disse antes, e acredito que isso seja um ponto que vou reforçar em quase todos os posts, ser um cyberatleta não é só ‘jogar o joguinho’, demanda muito mais dedicação, motivação, e uma compreensão de que é um trabalho, um ofício, e isso demanda tempo e disciplina. É muito comentado que hoje, dificilmente os times de eSport buscam jogadores novos no cenário, fica um vai-e-vem dos mesmos jogadores entre os times grandes, ou preferem trazer grandes nomes internacionais e jogar ele no meio do time sem sequer um paraquedas. Mas se esse é a realidade do cenário, como fazer para um amador entrar nele? Como ter visibilidade o suficiente para poder ser parte dos principais cenários de eSport no país? Para os novos, hoje isso normalmente é feito da seguinte forma: os amadores montam um time entre eles, sem patrocínio, nem nada, e começam a jogar, a se destacar aos poucos, e quando começam a fazer um ou outro diferencial (normalmente jogadas bonitas) dentro d